Raphaela Queiroz

Jornalista Digital. Mestre em Letras. É Diretora Criativa da #Damô e coolhunter em formação. Está em constante aprendizado.  Nostálgica, falante e curiosa. Com a Damorida, pretende informar e entreter. Divertir e incentivar a todxs!

A #Damô é um site que tem a proposta de difundir a importância da Saúde Mental.

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Diário de uma ansiosa – Cap. 4

2021 começou e, com ele, veio o temor da segunda onda da Covid-19. É triste ver o que nossos irmãos no Amazonas estão sofrendo com o colapso da rede pública de Saúde. Tudo por conta da incompetência e do descaso dos nossos governantes.

Como se isso não bastasse, ainda temos que conviver com a falta de senso de coletividade de muitas pessoas, que não acordaram para os perigos da pandemia e se recusam a usar máscaras e seguir as recomendações de higiene.

 

Esse contexto e o fato do meu filho ter testado positivo para a Covid têm me deixado ainda mais ansiosa. Tenho vivido dias difíceis, como muitos de vocês. Quem tem filhos sabe o quanto os pequenos sofrem por não poder sair de casa. Ficam estressados, choram, acabam regredindo nos avanços, ficam sem apetite. Não conseguem entender a dimensão do problema que estamos enfrentando. E ver o seu filho sofrer dói. É desesperador.

Aqui seguimos com as brincadeiras, contações de histórias, cineminha com pipoca e outras atividades recreativas garimpadas do Pinterest. Estabeleci os horários para manter o mínimo de rotina. Mas, mesmo assim, a criança sente falta de conviver com os avós, de brincar na praça e da liberdade de estar com os amigos.

Socializar faz bem para a saúde mental e emocional. É assim que a gente aprende a ter empatia e a saber lidar com as diferenças. O diálogo e até as desavenças infantis ampliam o repertório comportamental e contribuem para um Ser Humano melhor. Daí a preocupação com o futuro das crianças após essa pandemia. Que tipo de “herança” ela deixará para os nossos filhos?

Em meio à loucura da Covid, sigo tentando manter a sanidade mental. Busco respirar conscientemente e meditar para conseguir encontrar o meu ponto de equilíbrio. Eu me cobro muito. Tento fazer o meu melhor, mas, ás vezes, parece que o meu melhor não é o suficiente. Isso acaba sendo frustrante. Para lidar com esse tipo de situação e evitar que ela piore para mim, eu evito ler notícias relacionadas à Covid. Também vejo apenas coisas que me trazem bem-estar. Acredito muito que a gente absorve a energia do que consumimos em termos de entretenimento. Portanto, fujo da negatividade, pois ela afeta o meu astral.

Como brasileira, fico apreensiva com os rumos do nosso País e frustrada com tanta injustiça, com tanto descaso, com tanta roubalheira. A corrupção está matando muita gente. E isso é revoltante.

Não temos controle da Covid. Não temos controle das pessoas usarem máscaras. Mas, temos o poder de mudar a realidade por meio do voto e, principalmente, das nossas atitudes. Somos exemplos para a geração futura. Temos que questionar sempre os nossos valores e procurar melhorá-los, sermos mais evoluídos e ensinarmos a importância de pensar no coletivo. Mas, para isso, é preciso sermos vigilantes com nossos próprios comportamentos. Não adianta reclamar de políticos e furar fila, por exemplo. Não adianta reclamar da situação no Brasil e vender o voto.

Por ora, tento pensar no único controle que eu tenho como indivíduo que é procurar fazer o meu melhor todo dia. Ser uma mãe melhor para o meu filho diariamente é semear um futuro mais positivo. Educar uma criança é uma baita responsabilidade social também. E, para gerarmos um ciclo benéfico, é preciso revermos nossos conceitos e pré-conceitos sempre.

 

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