Raphaela Queiroz

Jornalista Digital. Mestre em Letras. É Diretora Criativa da #Damô e coolhunter em formação. Está em constante aprendizado.  Nostálgica, falante e curiosa. Com a Damorida, pretende informar e entreter. Divertir e incentivar a todxs!

A #Damô é um site que tem a proposta de difundir a importância da Saúde Mental.

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Luciana Ulrich revela o poder das cores para a imagem

 

“Uma imagem vale mais do que mil palavras”.

Provavelmente, você já deve ter ouvido essa frase, atribuída ao filósofo chinês Confúcio. Séculos nos separam desse provérbio, mas ele ainda permanece atual. O estilo que você usa, a forma como se veste, a maneira como se posiciona e os elementos que você utiliza são a primeira coisa que as pessoas reparam em um primeiro momento.  Também pode ser a linha tênue que separa você de uma oportunidade de emprego, negócio ou um amor (Quem sabe?).

O ato de vestir é muito mais que se enfeitar. É alinhar o que você pensa com o que sente, transmitindo para o interlocutor a sua melhor imagem. Para ajuda-los nesta busca por uma colocação no mercado de trabalho ou alavancar a autoestima, existe a consultoria de Imagem. Uma das profissionais deste segmento mais importantes do Brasil esteve em Roraima para ministrar cinco dias intensos de capacitações. Luciana Ulrich é natural do Paraná, mas vive em São Paulo há mais de 20 anos. Na terra da garoa, criou o Studio Immagine, empresa que realiza consultoria de imagem, cursos, palestras, mentorias e ainda é um e-commerce.

Luciana Ulrich é uma pessoa super simples e excelente profissional. Uma simpatia. Crédito: Studio Immagine.

Luciana é professora convidada do curso de Gestão Estratégica de Imagem Pessoal da Universidade de Caxias do Sul, professora de coloração do curso de Gestão de Imagem do Centro Europeu de Curitiba e docente do curso de Laboratório de Imagem e Estilo pela Escola Panamericana. É conselheira e vice-presidente de eventos da Associação Internacional dos Consultores de Imagem (AICI).

Ela ama viajar e participa de cursos pelo Brasil e pelo mundo. Com um currículo invejável, a expert em Cores, mostra para todos nesta entrevista o quanto a mensagem de Confúcio é atemporal.

Como começou a sua carreira como Consultora de Imagem?

Então, a gente percebe que as pessoas que hoje trabalham com Consultoria de Imagem fizeram transição de carreira. Eu me formei em Direito, não era o curso que eu me apaixonei, talvez pela burocracia. Eu tinha mais criatividade e acabei na área comercial, de Marketing. Em um determinado momento da minha vida, quando eu tinha uns 35 anos, mais ou menos, eu resolvi montar uma loja. Minha família é do interior do Paraná, eu morando em São Paulo, e fui fazer um curso de Consultoria de Imagem para aprender a comprar melhor os produtos para a minha loja. E eu achava que a Consultoria de Imagem era só a aparência, que só falava sobre o vestir. Mas, com o curso, eu vi que era muito mais. A gente tem o pilar da comunicação, do comportamento e da aparência, quando a gente transmite o que a gente é pela imagem. Acabei me apaixonando pela área.

E a Coloração? Como surgiu na sua vida?

 A parte de Coloração Pessoal nunca tinha visto, me encantou muito e comecei a pesquisar muito sobre isso.  E, eu sempre falo, não sei se as cores me escolheram, ou eu escolhi as cores, mas é a minha paixão. Hoje o meu foco de trabalho é a Coloração Pessoal. Fiz muitos cursos fora do País para entender a Coloração, mas tem muita pesquisa de campo, por conta das pessoas que eu atendi e dos cursos que já ministrei. O nosso país por ter essa miscigenação tem algumas particularidades que eu fui aprendendo na raça, na prática, e na amostragem das pessoas que apliquei o teste de coloração.     

 

Aqui em Roraima, a profissão de Consultor de Imagem é algo muito novo. Eu queria que você explicasse em que consiste o trabalho de Consultor de Imagem e qual a importância desse profissional para o cliente?

No Brasil, no geral, é uma área muito nova. É uma profissão nova. Se a gente pensar, a Associação Internacional de Consultores de Imagem, que eu já fui presidente, tem sede no Brasil e em mais de 30 países, foi fundada em 1960 e 1970, então os profissionais começaram após essa época. Muitas pessoas pensam que é só trocar roupas, o vestir, o combinar peças, mas na verdade, a gente traz linhas, formas. Quando a gente fala de imagem, a gente fala quem eu sou, qual é a minha identidade, e como eu mostro isso para o mundo, como eu me posiciono profissionalmente, como eu dou os sinais que eu mostro para as pessoas com quem eu me relaciono, seja no trabalho ou na vida, da pessoa que eu sou, minha identidade, e do meu potencial. Imagem não é só aparência, a parte da comunicação verbal e não-verbal, como eu me comporto, as adequações. Pra mim, a comunicação não-verbal e verbal é muito importante. Acho que é uma área que só está crescendo e começam a surgir as essas especializações, como a Consultoria de Imagem só pensando na Identidade, só na Cor, no Comportamento, na Comunicação, na Comunicação Digital, por exemplo, como eu posso postar a minha foto no Linked In dentro do cargo que eu tenho?, o que devo escrever?. Então, toda essa comunicação faz parte da minha imagem.

 

Então, a Consultoria de Imagem está muito relacionada ao Branding, gestão de marca de uma pessoa?

 Eu posso trabalhar a imagem de uma pessoa dentro do Personal Branding dela. Então, dentro do Personal Branding, essa vertente do Personal branding é uma área que tem crescido muito. A gente pensava muito no Branding de uma marca, o posicionamento, quem é o cliente e agora eu pego uma pessoa e hoje nós percebemos que há muitos profissionais liberais, sem vínculo empregatício, então presto serviço para a empresa e como que eu vou me posicionar em relação a essa empresa, aí eu vou pensar no meu Branding, e a minha imagem é uma das pontas do meu Branding e cada vez mais cresce essa importância, essa valorização das pessoas em relação à marca pessoal. Os estilistas fazem a identidade de marca e quem vai trabalhar a identidade da pessoa é o consultor de Imagem. Eu vou às lojas, faço a curadoria das peças e vou trabalhar o teu estilo, o teu tipo físico, o teu trabalho. Na verdade, é como se a gente trabalhasse em conjunto com o estilista. A gente pensa  na pessoa e o estilista faz pensando na marca.

 

 

De que forma uma pessoa pode se vestir bem para uma entrevista de emprego?

As pessoas acham que pensar em imagem é só para quem tem uma renda boa e alta, mas até pessoas de uma renda mais simples, tem que pensar que elas têm que ir ao trabalho de forma adequada, se vai trabalhar em um cargo x ou y, ela tem que se preparar e ir vestida de acordo. Eu sempre falo, aprendi com uma amiga minha que trabalha muito na área de comportamento: “Vista-se para o cargo que você quer ter, não no cargo que você tem hoje”.  Então, a gente pensar na questão de uma roupa bem passada, bem limpa e passada, sem rasgos.  Maquiagem adequada. A gente usa brilho, glitter, quando vai pra festa, quando vai para o trabalho é algo mais opaco, discreto. A gente tem que pensar no trabalho, primeiro a minha imagem profissional tem que se destacar e não a minha imagem pessoal. O salto alto, a roupa justa, para as mulheres, né, a gente deixa para outro momento, não para entrevista.

 

E no caso, das mulheres com biótipos diferentes, diferentes tons de pele, como vitiligo, que estão cada vez mais empoderadas, podem se beneficiar com a consultoria de Imagem?  

Eu acho que o bacana do nosso trabalho é poder personalizar o atendimento para cada um. A gente tá numa era da diversidade de gênero, de idade, de tipo físico, e a gente deve entender a identidade da minha cliente, o tipo físico, essa condição que ela tem e trabalhar da melhor forma. Acho que o bacana é isso, a gente deixa de comprar produtos pasteurizados, que deixam todos iguais, e você vê o que funciona pra mim, a minha necessidade, o meu estilo. O vitiligo, por exemplo, até pouco tempo atrás, as pessoas escondiam as manchas mais claras, despigmentadas, mas hoje as pessoas querem mostrar, porque hoje eu aceito do jeito que eu sou. Então, as pessoas passaram a se aceitar mais, e a gente que o mundo tem essa diversidade. Os consultores devem entender essa diversidade. O nosso papel não é proibir ou dizer o que você pode ou não usar, mas como você deve usar e o que te representa.  

Aqui em Roraima é muito quente. Que tipo de tecidos e cores ideais para amenizar o calor?

Então, a gente tem que pensar em usar sempre em tecidos fibras naturais, evitar cores que absorvem o calor, como preto. Então preferir cores mais claras. A cidade é muito alegre e acho que comporta cores mais alegres. As cores menos escuras podem ter o aspecto mais formal, como o cinza, o grafite, os tons de bege e os terrosos, a gente consegue trabalhar mais formal se preciso for.

Consultora de Imagem, Luciana Ulrich, analisando a cartela de cores junto com a cliente.

As marcas de varejo não costumam pensar na diversidade de cada região onde estarão localizadas. Como a indústria pode tentar atender todos os tipos de público?

A indústria do varejo está sofrendo um pouco justamente porque o público está pedindo essa  diversidade. Talvez o custo, a numeração mais usada é 38 ao 42, mas a gente pensar naquelas pessoas mais baixinhas, nas mais delicadas, nas mulheres maiores, tanto de altura, quanto de peso, acho que as empresas estão se abrindo pra isso, estão percebendo que estão perdendo mercado por conta disso. A gente como consultor, quando leva uma cliente na loja, tem que pensar que temos que personalizar aquela peça para a cliente. Fazer uma barra, um ajuste. Vai ter 100 peças, mas não vai ter 100 mulheres iguais. Então, como devo personalizar cada peça? Aí tem os ateliês, as pessoas que fazem roupa sob medida, a gente vê isso voltando com muita força nas cidades maiores. As marcas estão se abrindo pra isso e a gente como consultor tem que ter esse olhar para 

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