Raphaela Queiroz

Jornalista Digital. Mestre em Letras. É Diretora Criativa da #Damô e coolhunter em formação. Está em constante aprendizado.  Nostálgica, falante e curiosa. Com a Damorida, pretende informar e entreter. Divertir e incentivar a todxs!

A #Damô é um site que tem a proposta de difundir a importância da Saúde Mental.

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Diário de uma Ansiosa – Cap.02

Segunda edição do Diário de uma Ansiosa. Desta vez, o tema é efeitos do isolamento. 

 

18 de março de 2020

Até esta data, eu estava despreocupada com a Pandemia e achava que estava longe de mim. Mas, nesta semana de março, comecei a ficar tensa por ler muitas notícias sobre o tema e perceber que as pessoas ao meu redor já não estavam encarando o cotidiano de maneira normal.

Alguns colegas no trabalho não abraçavam e nem chegavam perto. Todos estavam mais cautelosos com a limpeza, especialmente, a das mãos.

Foi então, que eu comecei a ter ataques de ansiedade, aflita com os meus pais, que estão no grupo de risco, com a minha família e amigos. Já haviam autorizado o trabalho remoto e, por ter um filho de 2 anos e a creche ter parado neste período, pedi permissão para ficar em casa.

19 de março de 2020

Aniversário da Mamãe. Fiquei triste por não poder abraçá-la. Pra quem não me conhece, eu amo demonstrar carinho por quem eu gosto. Adoro abraçar e sou muito comunicativa, principalmente, com quem convivo. Então, ficar sem demonstrar carinho é um martírio.

Por outro lado, meu sonho sempre foi ter horários flexíveis de trabalho. Gosto muito de inovação e acredito que devemos estimular ambientes com qualidade de vida e cultivar a criatividade das pessoas.

Até esta data, eu estava me sentindo motivada com a possibilidade de, quem sabe, iniciar uma rotina de trabalho sem horários e rigidez. O problema é que, eu tinha essa ideia, com o mundo todo funcionando. Com tudo parado, as coisas começaram a ficar difíceis.

 

Keith Urban me representa: Eu sinto falta de estar com as pessoas ao redor.

Final de Março e Início de Abril

Os dias foram passando e, o que no início era alegria por estar com o meu filho e meu marido, tornou-se inviável por não ver meus pais e chegar perto deles. Também estou com saudades dos meus amigos do trabalho e da rotina por lá. Lição tirada daí: Nenhum gadget substitui a presença.

Outra coisa: Limpar a casa com uma criança  pequena é um tarefa complicada, pois quando termino, logo em seguida, ela está suja novamente.

Planejei alguns eventos este ano no trabalho, mas com o isolamento e tudo paralisado, será difícil realizar ainda em 2020. Estou com insônia, meus horários estão malucos e sem rotina. Tentei me organizar, fazer listas. Porém, não tive sucesso.

Participei de um Workshop de Coolhunting e estou fazendo ainda um curso na mesma área. Já era para eu ter terminado todos, mas procrastino ao mesmo tempo em que me sinto culpada por saber que tenho aulas a cumprir.

Olho o celular e as redes sociais constantemente para ver as demandas do trabalho. E, por ficar neurótica com medo de estar demorando para responder alguém de lá, fico com excesso de preocupação.

Abrace uma árvore. Não há germes aqui.

Sou muito caseira, adoro ficar em casa. Não curto ir ao supermercado. Mas, de tanto ficar isolada, estou aproveitando esses momentos, por serem os únicos em que eu posso sair.

Parei de ver notícias sobre o novo Corona Vírus. Ficar conectada com a avalanche de informações sobre o tema não estava me fazendo bem. O que está me ajudando? BBB20 hahaha.

Senti muita culpa por estar em uma situação “privilegiada” durante o isolamento e poder me manter neste período.

Aliás, culpa, insônia, saudades, medo do futuro, a situação política nacional, isolamento,  preocupação com a saúde mental do meu filho, com a saúde geral dos meus pais e da minha família. Tudo isso e mais um pouco, junto e misturado.

Não está sendo fácil, mas estou confiante que vai passar. Para preservar a minha mente, estou procurando ver as coisas boas da vida, exercitando o poder da gratidão. Mesmo em situações caóticas como a que estamos vivendo, há sempre algo positivo. Então, estou me firmando nestes aspectos.

Como isso tem prazo para terminar (só não sabemos a data certa), estou procurando me ocupar com coisas produtivas, por exemplo, leituras, filmes, seriados e cursos.  Enfim, tudo o que possa estimular a minha mente a criar.

Também estou tentando organizar a minha vida financeira, economizar e, se pudesse dar um conselho, recomendo, a quem puder, a fazer o mesmo.

Meta é Meditar mais e praticar o Zen.  Além de procurar uma nutricionista virtual e voltar à rotina de exercícios. Comprar uma bike pra passear com o meu filho está nos meus planos.

Nós somos todos um.

Enfim, desejo, de coração, que todos vocês estejam bem. Que essa fase termine para que eu volte abraçar logo!

 

Aproveito o post para agradecer aos profissionais de saúde, aos entregadores, aos restaurantes e lanchonetes, aos funcionários de supermercados e a tantos outros trabalhadores que estão na ativa diante da Pandemia. Muito obrigada! 

Minha solidariedade a todos os autônomos e pequenos empreendedores que estão na luta para tentar manter seus negócios. 

O mundo precisa de um grande abraço.

Crédito da foto de abertura: Photo by Joanna Kosinska on Unsplash

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